sábado, 19 de dezembro de 2009

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Alguém tenha o bom senso de proibir-me de ouvir isto.

sábado, 5 de dezembro de 2009

IKEA



Procura-me onde nos perdemos.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

I'm a stalker on a yellow shirt



10 coisas que acabam com o fim da Mutua Madrileña:

- A perseguição ao Marin. Mais duas semanas de torneio e eu conseguia.
- Os treinos no Tennis Garden: a força violenta do Rafa, a antipatia do Verdasco, o saber estar do Federer (chamado "Roier" pela massa local), o carisma do Ferrero, a beleza da Dementieva, a ginga da dupla brasileira, as fotos com o Cilic e o Marat.
- Os amorties perfeitos do Nole ao vivo.
- Os Wayfarer amarelos da Schweppes.
- A edição especial diária do ABC sobre ténis.
- O in and out da Sony Ericsson
- O estilo inconfundível do público espanhol "Quiten la musica, es una verguenza!"
- A fuga ao Manuel Paredes e ao Marco António.
- A música da Sakira em pleno Manolo Santana.
- A rainha, o Raul Madrid e o San Iker a assistirem ao mesmo jogo que eu.

But I'm still a stalker (even in Roland Garros). I just don't use the yellow shirt anymore.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Los Italianos

Se Alberto Caeiro disse que "há metafísica bastante em não pensar em nada", eu tenho vontade de dizer que há bastante metafísica em cada gelado da Los Italianos na Gran Via de Granada. Podem ser barquillos, copas ou mesmo tartas, não importa. São perfeitos para uma tarde (meia hora) ao Sol num banquinho da Plaza Nueva, sob o céu único da Andaluzia.
E não tendo "italianos" em Madrid, sempre temos as gelatarias da Chueca, porque sim, o infierno já chegou á capital.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A guerra dos courts



Obrigada à Sofia por me ter chamado a atenção para esta maravilha, obrigada ao criador desta maravilha (que eu sinceramente não sei quem foi), obrigada ao Rich por ter o melhor blog de tenis do mundo, obrigada ao George Lucas por ter realizado esta saga fantástica, obrigada ao Nole por parecer o Jay Leno quando devia parecer o Han Solo, obrigada ao Rafa por estar perfeito como Luke Skywalker, obrigada até ao Fed por nos dar o prazer de manter a fitinha Nike em cenário Ball Wars. Estou tão agradecida!

quinta-feira, 26 de março de 2009

A superioridade moral



Dickie: Jeannie, you wanna hear a secret, huh?
Oh, Jeannie, I don't give a damn about racial, religious...moral, economical, political problems.

Jeannie: That makes two of us.

D: Eating meat disturbs me.

J: Right.

D: Can you imagine raising poor little chickens, steers and lambs... to fill our tummies?
Now, there's a problem and nobody cares.

J: Right.

D: Right? Huh? Right.

J: Right.

D: They take all the wool off the lamb, and then we eat it.

J: Oh, Dickie.

D: What is all this holier-than-thou crap that they hand us?
You know what I think?
I think we were all created evil!
Then some... some wise guy... some, uh... a left-winger or a... a union organizer comes along and tells us that we all were created good.
We were all created in his image.
Right?

J: Wrong.

D: Hey, Jeannie.
Jeannie, come here.

Faces, John Cassavetes

sábado, 14 de março de 2009

La Siesta

Posso não ser espanhola mas acabo de acordar de uma siesta em pleno parque do Retiro. Dormir foi o melhor antídoto contra a raiva de mim mesma por não saber tirar fotografias e encontrar-me rodeada de coisas que deviam e mereciam ser bem fotografadas. É um dia de sol de Março, a relva do Retiro serve de cama a centenas de jovens iguais a mim, uns acompanhados, outros sozinhos, todos vestidos como se estivéssemos em Agosto, todos bonitos à sua maneira. Sem máquina de fotografar nem perícia técnica, lá me deito na companhia de José Saramago. Quando abro os olhos e volto ao estado desperto, metade dos jovens desapareceu e a minha raiva de não ser fotógrafa também já foi embora. Estou contente por não ser espanhola mas ter acabado de acordar de uma siesta em pleno parque do Retiro.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Quem são os teus realizadores preferidos?



Sempre que me perguntam, e eu não posso (nem quero) fugir à questão, digo que os meus realizadores preferidos são Alfred Hitchcock e Woody Allen. De todas as vezes que respondo, sinto que sou tão injusta com tantos outros realizadores, que nem sequer tenho direito de os mencionar aqui. Por isso, vou falar exclusivamente dos citados.
Hitchcock representa o realismo ficcional (contradição que funciona quando devidamente embelezada, como é o caso), o suspense, o classicismo noir, a metáfora impertinente, a crítica à sociedade (que é, antes de mais, uma crítica a cada pessoa que assiste aos seus filmes), a ironia subtil. Woody, por sua vez, tem um carácter cómico, inserido numa conjuntura dramática à qual não se pode escapar. É o humor inteligente, é o tipicamente humano, o racional que não sobrevive sem o instintivo, o equilíbrio que só transparece pelo desequilíbrio, o jogo constante dos relacionamentos, de amor, sexo e decepções.
Alfred e Allen juntos, sendo tão diferentes, são generosos o suficiente para reunir vários dos elementos que mais me entusiasmam em um filme. Não conseguiria viver só de Psycho, The Birds, Manhattan e Annie Hall mas posso dizer que já fui BEM feliz com eles.

sexta-feira, 6 de março de 2009

el comienzo es el final

de modo que me sinto de novo no princípio. Tens obrigação de ir mais longe.
E nem que deixe a pele nessa luta hei-de ir. Nem que deixe a pele é um eufemismo: deixo-a mesmo. E sem pele continuo.

Se perder os pés continuo com os cotos, se não houver cotos continuo com as unhas, se não houver unhas continuo com os dentes. Não pretendo ensinar nada, mostrar nada, ajudar nada: apenas me preocupa atingir o coração do coração e iluminar tudo. Até cegar de tanto ver.

E, uma vez cego, paro e deito-me. Acabou-se a viagem.


António Lobo Antunes

segunda-feira, 2 de março de 2009

F-D-S

No sábado, conheci o Krishna. Ele toca uma espécie de flauta transversal, tem o dom da omnipresença, e é azul.





No intervalo que vai de um chocolate Ice Bombom, a um Ice Tea Blanco, para nós, cada vaca era um flash.

Em pleno Banco de España, rodeamo-nos de estatísticas, gráficos e milhares de milhões de euros.

O fim de tarde foi passado na Casa Árabe, que dizem dar a Madrid um pedacinho de Granada, que por sua vez dá a Espanha, um pedacinho do mundo árabe.

A noite acabou em Malazaña. Sem comentários.

No Domingo, 2 de Março, a jornada continua. Como a Sofia tão bem as descreve: “merdas utópicas” na Ronda de Valencia.

Admiração pelo trabalho de Josef Svoboda, presente no Teatro Fernán Gómez.

Fomos a tempo de tirar fotos à gigantesca bandeira espanhola na Plaza Colón. Mas melhor mesmo foi o “aceno” surpreso ao Pep Guardiola, que passava dentro do autocarro do Barcelona rumo ao Vicente Calderón.

A fundação Mapfre foi o último destino (não fosse a porta da Telefónica estar fechada) e lá revimos Picasso, conhecemos Max Ernst e consolidamos com Nicholas Nixon a ideia de que o tempo tem um efeito irrefutável em todos nós.

Desde a Gran Via com direcção ao Príncipe Pio, a certeza boa de que na semana seguinte haverá mais um fim-de-semana assim. Porque “todo el comienzo es el fin”.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Somos alienígenas em Madrid

"En Madrid de España, una ciudad remota de veranos ardientes y vientos helados, sin mar ni río, y cuyos aborígenes de tierra firme nunca fueron maestros en la ciencia de navegar en la luz."


Gabriel Garcia Márquez, décimo primer cuento peregrino

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

4 a.m.

Du bonheur à l'état pur, brut, natif, volcanique, Quel pied !
C'était mieux que tout.
Mieux que la drogue, mieux que l'héro, mieux que la dope, coke, crack, fitj, joint, shit, shoot, sniff, pet, ganja, Marie-Jeanne, cannabis, beuh, peyotl, buvard, acide, LSD, extasie...
Mieux que le sexe, mieux que la fellation, 69, partouse, masturbation, tantrisme, kama-sutra, brouette thaïlandaise, mieux que le Nutella au beurre de cacahouètes, et le milk-shake banane, mieux que toutes les trilogies de Georges Lucas, l'intégrale des Muppets show, la fin de "2001"...
Mieux que le déhanché d'Emma Peel, Marylin, la Schtroumfette, Lara Croft, Naomi Campbell et le grain de beauté de Cindy Crowford, mieux que la face B d'Abbey Road, les solos d'Hendrix.
Le petit pas de Neil Armstrong sur la lune,
le Space Mountain,
la ronde du Père Noël,
la fortune de Bill Gates,
les transes du Dalaï Lama,
les NDE,
la résurrection de Lazare,
toutes les piquouzes de testostérone de Schwarzie,
le collagène dans les lèvres de Pamela Anderson,
mieux que Woodstock et les rave-party les plus orgasmiques,
mieux que la défonce de Sade, Rimbaud, Morisson et Castaneda,
mieux que la liberté, mieux que la vie !

sábado, 31 de janeiro de 2009

Sobre a visita ao Ateneo

Sentada num dos muitos sofás coloridos do Ateneo de Madrid, ali, numa sala com exactos 125 anos de História, vi mais uma vez confirmado que o prazer de uma conversa não está em encontrar respostas mas apenas em levantar questões.

Foi organizada uma tertúlia com o propósito de desvendar se Deus existe ou foi inventado. Depois da troca de argumentos, a votação teve início e os ateus ganharam por um voto. Mas a alegria deles não durou muito. Ouviram uma voz na consciência que dizia “como podes dizer que uma coisa existe ou não existe sem a menor prova, a menor certeza?”A votação foi então anulada e todos continuam agora com a mesma incerteza de sempre.

Mas hoje, crentes e descrentes podem dormir descansados sabendo que tiveram a humildade suficiente para perceber que essa é uma das muitas perguntas do Universo para a qual ainda não foi encontrada resposta. A única diferença é que provavelmente os primeiros rezarão antes de dormir e os segundos não.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O nome dele é Sean Penn


Militar transtornado na segunda guerra mundial, militar sem carácter na guerra do Vietname, mafioso transformado em assassino por vingança "is that my daughter in there?", criança em corpo de adulto, segundo melhor músico de jazz do mundo, estranho doentemente apaixonado, criminoso no corredor da morte, irmão dedicado, etc etc. Soube ser tudo isto de todas as maneiras.

Dirigido por Woody Allen, Terrence Malick, Julian Schnabel, Brian de Palma, David Fincher, Alejandro Iñarritu, Clint Eastwood e Gus Van Sant (só para dizer os melhores).

Também dirigiu, e continuará a dirigir.

Coerente. Fiel a si mesmo no escândalo, na subtileza e nas conquistas.

De traços físicos fortes, dignos apenas daqueles que verdadeiramente merecem.

E eu posso até morrer de amores por Marlon Brando, James Dean, Paul Newman, Marcello Mastroianni, Gary Grant, Gregory Peck, Al Pacino, Robert de Niro, Adrien Brody, e tantos tantos tantos outros, mas ele será para sempre o meu preferido.

É provável que durante os próximos tempos seja lembrado como Harvey Milk, mas o nome dele é Sean Penn.




terça-feira, 13 de janeiro de 2009

2008/ 2009

Era assim que tinha que ser: Madrid, desconhecida há um ano atrás e palco de tanta emoção em 2008, era o cenário ideal para entrar no novo ano...
Mala feita, semana de férias pedida, assunto arrumado.

A capital não desilude. Torna-se maior cada vez que voltamos: foi assim em Fevereiro, em Março, foi assim em Novembro, foi assim agora.
Mas agora foi diferente. Foi uma certa sensação de ‘ser da casa’, uma personificação, um encher de rostos e de memórias a capital - torná-la nossa. Agora, Madrid são as tapas daquela casa sempre cheia da Chueca, é o mercadito de Fuencarral, é o metro em movimento sem que isso nos angustie – como se tivessemos vivido toda a vida naquela cidade. Madrid é a Prisa – o quarteirão da Prisa – a gritar-nos a nossa insignificância, somos nós – pequeninas – a espiar aquele 2º andar em busca de algo que desejamos que exista (não existe!). E é o Mohamed e as 24 horas non stop, na consciência forçada de que há vidas bem dificeis, os ciné princesa e o Vicky Cristina, o Strarbucks (o café e o chocolate de niños), o fondue (comida para um batalhão que não sobrou), o rosé das nossas vidas, o champagne aberto antes da hora, com karaoke e mensagens deixadas em gravadores portugueses. As conversas nocturnas sem dar-mos conta do tempo (as horas à volta dos mais feios, os dois minutos à volta dos bonitos), são as conversas dos do costume, os sonhos com a camioneta de excursões. E é a gripe da Sofia – a médica simpática e incompetente (menos de 38,5 toma um, mais de 38,5 toma dois), a natação sincronizada da Mi - qual selecção espanhola a conquistar medalhas, os italianos loucos e lluvia de cava.

Estamos em 2008, estamos em 2008 (nós em pé). Estamos em 2009... (nós no chão).
Não há superstições negativas nesta história: lluvia de cava só pode dar sorte. Primeiros dias maus? Está esgotado o stock-azar 2009!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O hábito (também) faz o filme


Vi Atonement há pouco menos de um ano e nunca vou esquecer o vestido verde com que Cecilia descobre o amor, materializa-o, sofre a traição da irmã e perde o amor da sua vida. Um simples vestido verde, que durante cerca de vinte minutos ilumina a tela e consegue gerar uma relação perfeita entre moda e cinema.

Ideia de Joe Wright, criatividade de Jacqueline Durran, postura e elegância de Keira Knightley.

Perfeito.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

km 0

Foram mais de 70 filmes, mais de 120 horas de cinema em DVD, grande ou pequeno ecrã, mais de 7000 minutos de altos e baixos para chegar até aqui.
Foi Gato Preto, Gato Branco, Persepolis, Cinema Paraíso, Ciência dos Sonhos, Primavera, Verão, Outono, Inverno...Primavera.
Foi um Brown Bunny impensável, de um Vincent Gallo improvável.
Foi Jarmusch x 3, a bordo de um Mistery Train, com uma pausa para Coffee and Cigarettes, no meio de Broken Flowers.
Foram os Coen - e a viagem a Fargo é para Queimar depois de Ler, ao contrário daquela a bordo de um Darjeeling Limited -, sempre os Coen a saber como fazer rir.
E o mestre Woody, uma semana antes com a dupla face de Melinda, uma depois com Vicky Cristina Barcelona (e a Penelope e o Javier e os cines Princesa e as palomitas. Hora 62 em Madrid).
Foi um Almodovar romântico em Carne Tremula e estupidamente sem rumo em Pepi, Luci y Bom... y otras chicas del montón.
Foi a trilogia de Van Sant - Gerry, Paranoid Park e Elephant - e a cruel decisão de eleger qual o preferido da triologia de Van Sant (Gerry?).
Foi um segundo olhar para Ang Lee (Comer, Beber, Homem e Mulher), foi um segundo olhar para Wong Kar-wai (2046) depois do difícil processamento das estreias... e a música de Dancer in the Dark e o recorde musical de quase três horas embrulhadas num cobertor de Les Uns et les Autres

il n'y a que deux ou troix histoires dans la vie des êtres humains, et elles se répétent ainsi cruellement que si elles n'étaient jamais allivés

E sim, foram as mulheres na Swimming Pool de Ozon, o regresso ao gigantesco Mar Adentro com a ajuda do Escafandro e da Borboleta , a descoberta dos Savages e as noites sem dormir depois do Orfanato.

120 horas resumidas em duas frases (Vanilla Sky madrugada dentro, Vanilla Sky da minha banalidade):

It's been a brilliant journey of self-awakening. And now you've simply got to ask yourself this: What is happiness to you?

I'll tell you in another life...when we are both cats.